MT não exigirá prescrição médica para vacinar crianças contra Covid

Ao contrário dos empecilhos criados pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para tentar impedir a vacinação contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos, Mato Grosso não vai exigir prescrição médica para aplicar o imunizante. A informação é do secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, que a exemplo de gestores de outros 15 Estados, avalia como descabida a cobrança de atestado.

Segundo ele, a exigência de prescrição é uma forma de “boicotar” o avanço da imunização, o que nas palavras do próprio secretário, representa um “negacionismo da vacina”.

O posicionamento do Governo do Estado é semelhante a outros Estados que já descartaram impor tal exigência, a exemplo de Mato Grosso do Sul, que classificou tal situação como um verdadeiro retrocesso. “Tão logo a vacina seja disponibilizada, ela será distribuída no Estado. E Mato Grosso não vai exigir nenhum atestado prévio para vacinação das crianças de 5 a 11 anos. Vamos seguir o que foi consensuado com o Senai, com o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), com os órgãos de saúde, pela Anvisa, pela Sociedade Brasileira de Pedriatria”, informou Gilberto Figueiredo na manhã desta terça-feira (28).

Na última quinta-feira (23), o ministro Marcelo Queiroga disse que o Governo Federal vai vacinar as crianças na faixa etária de 5 a 11 anos, mas deve requisitar prescrição médica e a assinatura de um termo de consentimento pelos pais. Tais exigências nunca foram cobradas para outros grupos que já tiveram a vacinação autorizada. Por isso, os secretários estaduais de saúde têm se posicionado contra essa medida.

“Desnecessário a cobrança de atestado para utilização de uma vacina que já tem eficácia comprovada no mundo e que nós não vamos criar mais um obstáculo e dificuldade para a população poder acessar a vacina”, colocou o secretário Gilberto Figueiredo.

Conforme o titular da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), se tiver alguma criança que por alguma razão exista prescrição médica de não vacinar, nesse caso o médico deverá proceder de tal forma. “Mas exigir que a população faça uma corrida a postos de saúde e a pediatria que já é escassa no País e em Mato Grosso não é diferente, seria uma imprudência muito grande, mais uma ação pra promover o negacionismo da vacina que nesse momento é tão importante”, enfatizou o gestor.

Até o momento, os governos do Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Sergipe e agora Mato Grosso, já se posicionaram contra a “recomendação” do Ministério da Saúde.

FolhaMax